segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Lição 1 - Escatolo... o Quê?

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Texto Base

Vigiai, pois, em todo o tempo, orando, para que sejais havidos por dignos de evitar todas estas coisas que hão de acontecer, e de estar em pé diante do Filho do homem. Lucas 21.36


 O que é Escatologia ?
Do grego antigo εσχατος, "último", mais o sufixo -logia) é uma parte da teologia e filosofia que trata dos últimos eventos na história do mundo ou do destino final do gênero humano, comumente denominado como fim do mundo ( Wikipedia).


Alguns exemplos da tradução de αιών (aión) em outras traduções bíblicas são:
"fim do mundo" – Almeida, Versão Revista e Corrigida
"consumação do século" – Almeida, Versão Revista e Atualizada
"fim desta época" – Bíblia de Jerusalém, nova edição revista e ampliada, 2002
"encerramento da era" – Revised Standard Version, tanto na edição protestante como na católica.
"tempo... de tudo acabar" – Nova Tradução na Linguagem de Hoje

Deus é onisciente, e pela palavra profética participa aos homens algo sobre “os tempos e estações que Ele mesmo estabeleceu pelo seu próprio poder” ( At 1.7). Essas revelações proféticas de Deus são como “a história antecipada”, pois revelam “as coisas que em breve hão de acontecer” (Cf. Ap 22.6).

Importante 

  • Não ir além do que está escrito” (1 Co 4.6).
  • Todas as coisas que Deus revelou na palavra profética “são para nós e para nossos filhos” (Dt 29.29).
  • Existem coisas que Deus não revelou – essas “são para o Senhor, nosso Deus” (Dt 29.29).

Sendo assim, não convém procurar explicar as coisas que a Bíblia não revela, aquilo de que Jesus disse: “Não vos pertence saber” (At. 1.7). Devemos sempre nos basear no que diz a Palavra de Deus.


OS QUATRO TIPOS DE ESCATOLOGIA.

Além de ser um dos capítulos da dogmática cristã, ou seja, o estudo sistemático e lógico das doutrinas concernentes às últimas coisas, há quatro outros tipos de escatologia, segundo nos apresenta o Dicionário Teológico (CPAD).


a) Escatologia consistente.


Termo nascido com Alberto Schweitzer, segundo o qual a ações e a doutrina de Cristo, tinha um caráter essencialmente escatológico. Não resta dúvida, pois de que o Senhor Jesus haja se preocupado em ensinar aos discípulos as doutrinas das últimas coisas. Todavia, sua preocupação básica era a salvação do ser humano. Ele Jamais deixou de se referir à vida prática e sofrida do homem.


b) Escatologia idealista.


Corrente doutrinária que relaciona a escatologia bíblica às verdades infinitas. Os que defendem tal posicionamento, alegam que a doutrina das últimas coisas não terá qualquer efeito sobre a história da humanidade. Relegam-na, pois, à condição de mera utopia, ou seja, projeto irrealizável, fantasia.


Mas, o que dirão elas, por exemplo, acerca das profecias já cumpridas? Será que estas não referendam as que estão por se cumprirem? Não esqueçamos, pois, ser a profecia a essência da Bíblia. Se descremos daquela, não podemos crer nesta.


c) Escatologia individual.


Estudo das últimas coisas que dizem respeito exclusivamente ao indivíduo, tratando de sua morte, estado intermediário, ressurreição e destino eterno. Neste contexto, nenhuma abordagem é feita, quer a Israel, quer a Igreja.


d) Escatologia realizada.


Ponto de vista defendida por C.H. Dodd, segundo o qual as previsões escatológicas das Sagradas Escrituras foram cumpridas nos tempos bíblicos. Atualmente, portanto, não nos resta nenhuma expectativa profética de acordo com o ensino de Dodd. 

MÉTODOS DE INTERPRETAÇÃO DA ESCATOLOGIA.

Nesta seção aprenderemos os métodos utilizados na interpretação de porções bíblicas que concerne ao futuro. Lembrando que, na história da Igreja tem sido adotados vários métodos de interpretação no que tange às escrituras proféticas. No entanto, faz-se necessário o bom conhecimento e a maneira correta de se aplicar dois métodos de interpretação que devem merecer nossa atenção.

1 – Método alegórico ou figurado

O termo alegoria é definido, por alguns teólogos, como qualquer declaração de fatos supostos que admite a interpretação literal, mas que requer, também, uma interpretação moral ou figurada. Se não atentarmos para o sentido real, figurado ou literal, de uma profecia bíblica, negamos o seu valor histórico, dando uma interpretação de menos importância, e assim corremos o risco de anular a revelação de Deus naquela profecia.

Portanto, o método alegórico deve ser utilizado de maneira correta. Leia Gl. 4.21-31 e observe que Paulo tomou figuras ilustradas no texto com focos literais da antiga dispensação, mas apresentou-os como sobras de eventos futuros.

2 – Método literal ou textual

Este método se preocupa em dar um sentido literal às palavras da profecia, interpretando-as conforme o significado ordinário, de uso normal. A preocupação básica é interpretar o texto sagrado consoante a natureza da inspiração da profecia.

Ambos os métodos são válidos. Há uma perfeita ralação entre as verdades literais e a linguagem figurada. Por exemplo, no texto de Jo.1.6 diz: “Houve um homem enviado de Deus, cujo nome era João. E em Jo. 1.29 nos fala: “Eis aí o Cordeiro de Deus.” Palavras pronunciadas pelo próprio João Batista ao ver a Jesus.

Agora vejamos os métodos de interpretação aplicado em ambos os textos. O 1º está falando literalmente de um homem, cujo nome, de fato, era João. No 2º texto João Batista usou a forma figurada para denotar a pessoa de Jesus.

Em se tratando do livro de Apocalipse, que em sua parte, é um livro escatológico, têm surgido diversas classes de intérpretes, as quais devem ser conhecidas pelos pastores e por aqueles que exercem o Ministério da Palavra. Por quê?

Porque os crentes pentecostais, em sua maioria, não sabem em que classe de intérpretes do Apocalipse, eles se encaixam, e por conseguinte deixam ser levados por ensinos deturpantes que contradizem a Palavra de Deus. Por exemplo, os Adventistas do 7º Dia, vêem a vinda de Cristo, a este mundo, como em uma única vez, sem ser dividida em duas fases distintas, e assim não dão espaço para o período da Grande Tribulação e a restauração de Israel.

Vejamos os principais intérpretes com seus respectivos ensinos.

1º - Os Preteristas. Esta classe crê que a maior parte do Apocalipse já foi cumprida, a muito tempo atrás. Eles relegam tudo ao passado. O relacionamento que eles fazem entre o texto e o evento é muito subjetivo e precário.

2º - Os Historicistas. Os intérpretes que assumem esta posição procuram encaixar todos os acontecimentos previstos no Apocalipse em várias épocas da história humana. Interpretam o Apocalipse como um estudo progressivo dos destinos da Igreja desde o seu início até a consumação. Estes asseveram que as profecias estão cumpridas em parte e em parte estão por cumprir e algumas estão sendo cumpridas diante de nós.

3º - Os futuristas. Estes interpretes dividem-se em dois grupos:

a) Futuristas extremos – acham que todo o Apocalipse refere-se à vinda do Senhor Jesus Cristo.

b) Futuristas simples – Aceitam que os 3 primeiros caps. do livro como já cumpridos; tudo o que se segue refere-se à aparição vindoura de Cristo. A maioria dos Pentecostais Fundamentalistas têm uma visão futurista do livro. Sob esta perspectiva tudo, ou quase tudo que é narrado após o cap. 4, será cumprido num curto espaço de tempo (sete anos) após o término da Dispensação da Igreja.

Os intérpretes do Apocalipse estão também divididos na forma COMO ABORDAM O MILÊNIO. (Os mil anos mencionados no cap. 20). A maneira como se encara o Milênio afeta a interpretação do Apocalipse como um todo. É necessário levantarmos, aqui, alguns pontos.



1º - Amilenistas. Ensinam que não haverá nenhum Milênio, pelo menos não na terra. Alguns simplesmente dizem que, como o Apocalipse é simbólico, não há sentido algum em se falar em Milênio Literal. Outros interpretam os mil anos como algo que ocorrerá no céu. Pegam o número mil como um algarismo ideal, um período indefinido. Assim, esperam que este período da Igreja termine com a ressurreição e julgamento geral, tanto do justo como do ímpio, seguindo-se imediatamente o reinado eterno no novo céu e na nova terra. A maioria dos amilenistas consideram Agostinho (o bispo de Hipona, no Norte da África 396 – 430 d.C.) um dos principais promotores do amilenismo.

2º - Pós-Milenista. Começou a espalhar-se a partir do século XVIII. Seus adeptos interpretam os mil anos do Milênio, como uma extensão do período atual da Igreja. Ensinam que o poder do Evangelho ganhará todo o mundo para Cristo, e a Igreja assumirá o controle dos reinos seculares. Após haverá a ressurreição e o julgamento geral tanto do justo como do ímpio, seguido pelo reinado eterno no novo céu e na nova terra. O pós-milenismo também espiritualiza irritadamente as profecias da Bíblia, não dando espaço à restauração de Israel ou reinado literal de Cristo sobre a terra durante o Milênio.

3º - Pré-Milenista. Acreditam que, o retorno de Cristo, a ressurreição dos salvos e o tribunal de Cristo, será antes do Milênio. No final deste, Satanás será solto, engana as nações, mas há de ser prontamente derrotado para todo o sempre. Segue-se o julgamento do GTB, que sentenciará o restante dos mortos. Aí sim, teremos o reino eterno no novo céu e na nova terra.


A perspectiva Pré-Milenista e futurista simples, juntas, encaixam-se melhor nas orientações de Jesus. É essa classe de intérpretes do Apocalipse que a maioria dos Pentecostais pertence.

A trombeta do arrebatamento

O toque da trombeta no dia do arrebatamento se relaciona com o alarido e a voz do arcanjo. O alarido significa originalmente uma expressão militar, uma voz de comando. Nesse dia ouvir-se-á a voz do ARCANJO. Como se sabe, a palavra ARCANJO significa chefe de anjos. Certamente a voz do ARCANJO será para comandar os anjos, que se oporão às hostes demoníacas instaladas nos ares, abrindo caminho para o povo de Deus que estará sendo arrebatado.

Visto que, em Mt. 24.30,31 encontramos os anjos a recolher os eleitos, logo após ser proferida a lamentação por todas as nações, alguns serão levados a pensar que a Igreja não será arrebatada até Cristo haver destruído os exércitos do anticristo. Ora, devemos considerar, porém, que o cap. 24 de Mateus não apresenta os eventos em ordem cronológica. Jesus não tinha qualquer intenção em revelar o dia ou a hora de sua vinda. A palavra então, no início de Mt. 24.30, traduz um vocábulo grego de sentido muito geral (tote), dando a entender que os acontecimentos ocorrerão todos dentro do mesmo período de tempo, mas não necessariamente na ordem apresentada.




A GRANDE TRIBULAÇÃO.

Logo após o arrebatamento da Igreja e antes da manifestação pessoal de Jesus a este mundo, terá lugar uma série de eventos terríveis em sua magnitude e alcance. É um tempo de tribulação e angústia predito pelos profetas do Antigo Testamento. Daniel refere-se a uma tribulação jamais dantes experimentada; Dn. 12.1. Jeremias descreve-a como o tempo de angústia para Jacó; Jr. 30.7. confira também as palavras de Jesus em Mc. 13.19. O ponto culminante deste tempo de angústia será de tal forma que se “o Senhor não abreviasse aqueles dias, nenhuma carne se salvaria; mas por causa dos escolhidos que escolheu, abreviou aqueles dias; Mc. 13.20.

Deve ficar bem claro que uma das condições para o desencadeamento da Grande Tribulação será precisamente, o rapto da Igreja. O rapto assinalará o fechamento do longo parêntese que definiu a Dispensação da Graça. Após, é que o Rei Jesus voltará a tratar diretamente com Israel e com o mundo gentílico.


Quanto tempo durará a Grande Tribulação?

A Grande Tribulação durará uma semana de anos, Dn. 9. 27. Será a Septuagésima semana de Daniel. Uma semana de anos corresponde a sete anos; a semana será dividida em duas etapas de três anos e meio. A última etapa da 70ª semana é assim designada: tempo, tempos e metade de um tempo.


A Igreja passará pela Grande Tribulação?

Mui freqüentemente, os que afirmam que a Igreja passará pela G.T., salientam: Deus não prometeu que a Igreja escapará da tribulação e do sofrimento. O que eles não sabem é que a Bíblia usa a palavra tribulação (no grego, thlipsis) de duas maneiras diferentes. Algumas vezes, ela refere-se à aflição, à perseguição, à pressão e à angústia que nos são causadas por um mundo ímpio. Ela também é traduzida por aflições quando Paulo fala de nossas tribulações diárias que, se comparadas à eternidade, duram apenas um momento; IICo. 4.17. Mas os julgamentos da tribulação, referidos em Apocalipse, não pertencem à mesma classe; representam a ira de Deus. Mas não estamos esperando a ira; quer vivamos ou morramos, aguardamos o arrebatamento para estarmos para sempre com o Senhor; 1 Ts. 5.10.

“Como guardaste a palavra da minha paciência, também eu te guardarei ‘da hora da tentação’ que há de vir sobre o mundo, para tentar os que habitam na terra”; Ap. 3.10. A passagem em foco indica que a Igreja jamais passará pela G.T. Aqueles que advogam que a Igreja passará por este sombrio período, fazem sua defesa no significado da preposição “EK”.

Esta preposição “ek” leva os intérpretes a uma interpretação literal de sair de dentro. Para emergir de dentro da hora da tentação, deve (segundo este conceito) ter estado presente durante aquela hora. Mas essa forma de interpretação, não combina com a tese e argumento principal da natureza do pensamento das Escrituras, por vários motivos:

a) Ora, usando a preposição gramatical de: “ek” e “apo” (fora de) reforça o conceito geral das demais escrituras. À referência direta deste versículo, qualquer estudioso sabe que se refere à hora da G.T., que de um certo modo envolverá todo o mundo, e, na sua fase final, terá como alvo a cidade de Jerusalém e a Terra Santa.

b) A palavra da significa para fora de e em si traz a idéia de ser guardado da Tribulação (não meramente conservado através dela, como alguns asseveram). Ora, se a Igreja estivesse destinada a passar pela G.T., uma coisa seria certa; em lugar de ler-se: “...eu te guardarei ‘da’ hora da tentação”. Ler-se-ia: “eu te guardarei ‘na’ hora da tentação”. Convictos, desta verdade podemos afirmar:  

A IGREJA NÃO PASSARÁ PELA GRANDE TRIBULAÇÃO.   

Fonte: EURICO, Bergstén, Teologia Sistemática. Rio de Janeiro, CPAD.
CACP - Artigos Sobre Escatologia acessado no dia 26 de outubro de 2009 ás 18:40  Autor José Marcílio da Silva